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Veja algumas das matérias publicadas sobre nossos trabalhos:

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Teatro sensibiliza funcionários para questão ambiental

info40b.jpg (5031 bytes)Uma dupla de palhaços interrompe o vai-e-vem atarefado dos operários da Souza Cruz. As máquinas continuam trabalhando e quase não dá para se ouvir a bagunça promovida por Lelé e Da Cuca, do grupo Treinadores da Alegria. Apesar disso, em menos de um minuto, os trabalhadores se amontoam atentos à algazarra dos dois personagens que, apesar das brincadeiras, foram até o chão da fábrica para tratar de um assunto sério: informar que, sem a coleta seletiva e a reciclagem, o planeta pode se transformar numa montanha de lixo.

A mesma reação de divertimento e curiosidade é demonstrada pelos funcionários do escritório, do almoxarifado e do refeitório. Todos guardarão a lembrança de que não se pode fazer como o palhaço Lelé – que, apenas depois da bronca do amigo Da Cuca, aprendeu que não se deve desperdiçar resíduos, nem jogá-los em qualquer lugar. Quem insistir no erro poderá ganhar o apelido de "lelé da cuca" e ser apontado como inimigo número um da natureza.

 

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Número 40

Com seu trabalho de conscientização pelo teatro, o grupo Treinadores da Alegria conseguiu colaborar com a campanha de redução dos resíduos da Souza Cruz e elevar o índice de reciclagem da empresa para 78% . "Quando a campanha de coleta seletiva foi iniciada, há um ano, 100% do lixo ia parar no aterro sanitário", revela a analistas de RH da Souza Cruz, Celi Rodrigues. "Embora tenhamos feito cartazes e dado palestras, o trabalho dos Treinadores da Alegria contribuiu para que as pessoas se identificassem com as cenas apresentadas, e isso favoreceu a percepção sobre a necessidade de se reciclar", ela diz.

Intervenção no trabalho

A interação com a "platéia" e sua reação imediata à apresentação dos palhaços motivou a criação do grupo, há sete anos, pelos atores Eduardo Mancini, Cléo Moraes e Milton de Almeida, que se revezam na representação da dupla Lelé e Da Cuca. "Por ser uma intervenção direta no ambiente de trabalho, corremos o risco de nos apresentar em lugares com espaço físico pouco adequado, por exemplo, e até encontrar funcionários de mau-humor", afirma Mancini. "Esse contato com o improviso acabou servindo de estímulo para a trupe."

Conscientizar as pessoas sobre a importância de se cuidar da natureza também foi outro fator decisivo para a formação da identidade dos Treinadores. "Sempre tivemos uma preocupação muito grande com o meio ambiente: além de participar de Ongs, a separação de resíduos é algo rotineiro em nossas casas. Gostar do que fazemos no grupo e, principalmente, acreditar no nosso trabalho fez com que os Treinadores tivessem uma característica própria."

Apesar de ter se especializado em meio ambiente, o grupo Treinadores da Alegria também desenvolve peças que abordam temas específicos, como ISO 14000, Qualidade de Vida e Segurança no Trabalho. "É a empresa que determina os assuntos a serem abordados pelos palhaços", informa Mancini. "Muitas delas até sugerem que a apresentação seja feita num palco ou num auditório. Mas é a invasão no local de trabalho que contribui para que a cumplicidade entre os atores e os funcionários favoreça o objetivo da peça, que é educar e sensibilizar."

Para Mancini, quando a apresentação acontece num teatro tradicional, a participação do público fica comprometida. "No ambiente de trabalho não existe palco e o palhaço tem a liberdade de se sentar ao lado das pessoas, se quiser. Além disso," ele diz, "a intervenção faz com que a imagem do teatro continue presente por muito tempo, o que facilita a mudança de comportamento."
No caso da coleta seletiva, Mancini afirma que o fato de os palhaços distribuírem lixo para as pessoas (cascas de banana, batatas, latas e garrafas plásticas) ajuda a tornar o processo de conscientização ainda mais rápido. "A reação dos funcionários é de verdadeiro repúdio. O mais interessante é que a parte das empresas que mais causa problemas para a implantação da coleta seletiva é no escritório, onde as pessoas se sentem mais importantes que os projetos ambientais", afirma Mancini. "Por isso, um jeito que encontramos para contornar a situação foi criticá-las de maneira irônica. Afinal, pessoas tão inteligentes e estudadas como elas têm a obrigação de se preocupar com a natureza", ressalta o ator.
Ao todo, o grupo Treinadores da Alegria já se apresentou para mais de 50 empresas, entre elas a Gerdau, a Avon, a Coca Cola e a Mercedes-Benz. "Foram mais de 100 mil espectadores, todos funcionários de grandes empresas", enumera Mancini. Segundo ele, houve uma redução de 50% do lixo desperdiçado nas empresas que implantaram a coleta seletiva. "Embora saiba que esse resultado não seja atribuído apenas a esquete dos palhaços Lelé e De Cuca, tenho orgulho em afirmar que pelo menos parte disso se deve ao trabalho do Treinadores da Alegria. Afinal, durante 20 minutos, que é o tempo de cada peça, as pessoas param para pensar em seus atos e aprendem como é possível mudar o mundo com uma atitude simples, como reduzir o desperdício."